O sarampo, uma doença que muitos acreditavam estar sob controle, voltou a preocupar autoridades de saúde nos Estados Unidos. Com novos surtos registrados em diferentes estados, cresce a necessidade de informação clara, confiável e acessível sobre o que está acontecendo.
Neste artigo, você vai entender as causas do surto de sarampo nos EUA, quais são os riscos, os sintomas da doença, como se proteger e por que a vacinação é mais importante do que nunca. Para saber mais, continue a leitura!
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. A transmissão ocorre por via aérea, por meio de gotículas respiratórias liberadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Basta estar no mesmo ambiente fechado com uma pessoa contaminada para correr o risco de infecção.
Vale destacar que o vírus pode permanecer ativo no ar ou em superfícies por até duas horas.
O sarampo havia sido considerado eliminado dos Estados Unidos em 2000, graças a uma ampla cobertura vacinal. No entanto, nos últimos anos, o país tem visto um crescimento no número de casos, com 2024 marcando um dos maiores surtos em mais de uma década.
Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), só nos primeiros meses de 2025 já foram confirmados mais de 150 casos de sarampo em diversos estados, incluindo Nova York, Califórnia, Illinois e Flórida. A tendência é preocupante porque revela uma queda na imunização, o que compromete a chamada "imunidade de rebanho".
Existem diversos fatores que contribuem para o ressurgimento do sarampo nos EUA:
Um dos principais motivos é a redução na cobertura vacinal. Grupos antivacina têm ganhado força nos últimos anos, disseminando desinformação sobre os supostos riscos das vacinas. Com isso, mais pessoas optam por não vacinar seus filhos, expondo toda a comunidade ao risco.
Durante a pandemia, muitos programas de vacinação infantil foram interrompidos ou tiveram sua procura reduzida. O medo de ir a hospitais e clínicas contribuiu para a queda na adesão às vacinas de rotina.
O sarampo continua circulando em outras partes do mundo, especialmente em regiões com baixa cobertura vacinal. Pessoas infectadas em viagens internacionais podem reintroduzir o vírus em comunidades norte-americanas vulneráveis.
Os sinais do sarampo aparecem entre 7 e 14 dias após a exposição ao vírus. Os sintomas mais comuns incluem:
Febre alta (acima de 38,5 °C)
Tosse persistente
Coriza
Conjuntivite (olhos vermelhos e lacrimejantes)
Manchas brancas dentro da boca (manchas de Koplik)
Erupção cutânea (exantema) que começa no rosto e se espalha pelo corpo
O sarampo pode parecer uma gripe no início, mas evolui rapidamente. A erupção costuma surgir de 3 a 5 dias após os primeiros sintomas.
O sarampo não é uma doença leve, especialmente em crianças pequenas, gestantes e pessoas imunossuprimidas. Entre as complicações mais graves estão:
Otite média (infecção de ouvido)
Diarreia intensa
Pneumonia
Encefalite (inflamação cerebral)
Cegueira
Morte
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o sarampo mata cerca de 100 mil pessoas por ano no mundo, a maioria crianças menores de 5 anos.
O diagnóstico do sarampo é clínico, baseado nos sintomas e no histórico de exposição ao vírus. O médico avalia sinais característicos, como febre alta, manchas de Koplik, erupção cutânea e conjuntivite. No entanto, exames laboratoriais — como sorologia para detecção de anticorpos (IgM e IgG) — podem ser solicitados para confirmação, especialmente em situações em que os sintomas podem ser confundidos com outras doenças virais, como rubéola, dengue ou escarlatina.
O RT-PCR também pode ser utilizado para detectar material genético do vírus em secreções respiratórias.
Em situações de surto, os órgãos de saúde pública costumam intensificar a testagem da população e o rastreamento dos contatos das pessoas infectadas. Isso ajuda a identificar casos assintomáticos ou em estágios iniciais, permitindo que medidas de contenção — como o isolamento e a vacinação de bloqueio — sejam aplicadas com mais agilidade. A notificação imediata às autoridades de saúde é obrigatória, já que o sarampo é uma doença de notificação compulsória.
Não existe um tratamento antiviral específico para o sarampo. A abordagem é sintomática e de suporte:
Hidratação
Repouso
Uso de antitérmicos (como paracetamol) para febre
Suplementação de vitamina A, recomendada pela OMS em crianças infectadas
Casos graves podem requerer hospitalização, principalmente se houver pneumonia ou complicações neurológicas.
A vacinação é a principal forma de prevenção do sarampo. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola — MMR, na sigla em inglês) é segura, eficaz e amplamente disponível.
Nos EUA, o esquema recomendado pelo CDC é:
Primeira dose: entre 12 e 15 meses de idade
Segunda dose: entre 4 e 6 anos
Pessoas que não foram vacinadas quando crianças devem receber as doses em qualquer fase da vida, especialmente antes de viagens internacionais.
A vacina MMR tem mais de 97% de eficácia após as duas doses. Além de proteger o indivíduo vacinado, contribui para a proteção coletiva — especialmente de pessoas que não podem receber a vacina por motivos médicos.
Se você ou alguém próximo apresentar sintomas compatíveis com o sarampo, o ideal é evitar contato com outras pessoas, especialmente em locais fechados ou com aglomerações, para reduzir o risco de transmissão.
Procure atendimento médico o mais rápido possível e informe sobre os sintomas e qualquer histórico recente de viagem. Até que um diagnóstico seja confirmado ou descartado, é importante não frequentar escolas, creches, ambientes de trabalho ou locais públicos.
O isolamento, seguindo as orientações médicas, é fundamental para evitar que o vírus se espalhe para outras pessoas, principalmente aquelas que ainda não foram vacinadas ou fazem parte de grupos de risco.
Embora o surto atual esteja acontecendo nos EUA, o Brasil também enfrenta riscos semelhantes. Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo, mas desde 2018 voltou a registrar surtos — principalmente por queda na cobertura vacinal infantil.
Quem vai viajar para os EUA ou outros países com casos confirmados deve estar com a vacinação em dia. A Anvisa e o Ministério da Saúde recomendam que todos os viajantes estejam imunizados com a vacina tríplice viral.
O crescimento do movimento antivacina é alimentado por fake news e teorias da conspiração sem base científica. É fundamental que a população busque informações em fontes confiáveis, como o CDC, a OMS e os ministérios da saúde.
Pais, professores e profissionais de saúde têm papel crucial em disseminar o conhecimento correto sobre a importância da vacinação e os riscos reais das doenças preveníveis.
O surto de sarampo nos EUA serve como um alerta para o mundo inteiro. Uma doença que havia sido praticamente erradicada está voltando com força, e a razão principal é simples: a recusa ou o esquecimento da vacinação.
Proteger-se contra o sarampo é fácil, seguro e necessário. Manter a caderneta de vacinação em dia é um ato de responsabilidade individual e coletiva.
Se você ainda não tem certeza se está imunizado, procure um posto de saúde ou converse com seu médico. E se for viajar, principalmente para os EUA ou outros países com surtos ativos, não esqueça: vacinação antes de embarcar!
Gostou deste artigo? Acesse nosso blog e leia outros conteúdos.