Infelizmente, muitas mulheres consideram normal sentir dores fortes no período menstrual e ao ter relações sexuais. Mas a verdade é que esses podem ser sintomas dessa condição muito comum.
Neste artigo, falaremos mais sobre o assunto, apontando os principais desafios de mulheres que tentam engravidar tendo endometriose. Para saber mais, continue a leitura!
A endometriose é uma condição inflamatória que acomete as células do tecido que revestem o útero (endométrio). Nesse caso, elas não são expelidas na menstruação, como deveria ocorrer, mas passam por uma multiplicação e sangramento.
O crescimento destes tecidos continua acontecendo de maneira desordenada em cada ciclo menstrual. Isso faz com que o útero e as trompas sofram com mais processos inflamatórios.
Por essa razão, é muito importante buscar ajuda o quanto antes. Afinal, quanto mais tempo a mulher demorar para iniciar o tratamento, mais haverá expansão do endométrio, causando mais dores intensas.
Infelizmente, mesmo nos casos mais leves da endometriose, pode ocorrer um aborto espontâneo. Cerca de 35% das grávidas correm esse risco por ter a doença. Já as mulheres sem a condição, têm um risco menor, chegando a 22%.
É muito importante fazer um acompanhamento ginecológico anual. Isso é importante para o diagnóstico precoce e tratamento imediato.
Os principais sintomas da endometriose são:
• Intensidade nas cólicas menstruais;
• Dor pré-menstrual;
• Dor intensa durante a menstruação;
• Dor pélvica;
• Dor durante as relações sexuais;
• Cansaço crônico;
• Infertilidade.
A primeira parte do diagnóstico consiste em relatar ao médico todos os sintomas. Nesse caso, o profissional vai desconfiar da condição, fazendo com que ele solicite os exames necessários para confirmar suas suspeitas.
O médico ginecologista faz uma avaliação criteriosa, com exame de toque para avaliar as condições do útero, das trompas, dos ovários, entre outros.
Um dos primeiros exames solicitados é o CA-125, que tem como objetivo analisar a quantidade de proteínas na corrente sanguínea da paciente. Quando a proteína CA-125 está acima do normal, pode ser um indicativo da endometriose.
A ultrassonografia transvaginal é um exame primordial para que o médico consiga ver se existem cistos presentes nos órgãos da região pélvica. Existem duas formas de fazer esse exame: a tradicional ou a com preparo intestinal. A segunda opção costuma ser a mais indicada quando há suspeita de endometriose.
Outro teste comum é a ressonância magnética, pois ele conta com imagens com melhor definição. Assim, o profissional consegue visualizar melhor todos os órgãos, podendo fazer um mapeamento de áreas não atingidas pelo ultrassom.
Após identificar se tratar de endometriose, o médico precisa passar o tratamento adequado, que varia de acordo com a paciente e da gravidade do seu caso.
O primeiro passo consiste em entender que essa condição é crônica, não tendo nenhuma cura conhecida. Por isso, é preciso se atentar ao prognóstico antes de definir se o tratamento será medicamentoso ou cirúrgico.
Atualmente, o mercado conta com uma série de remédios que ajudam a controlar a dor e evitam a piora da endometriose. O mais comum deles é o DIU hormonal, que também é um método anticontraceptivo.
Caso seja necessário, a paciente pode passar por um procedimento cirúrgico, conhecido como laparoscopia. Nele, o médico faz pequenos buracos no abdômen e trata as lesões. Os pontos de endometriose são cauterizados e os cistos removidos.
Outra possibilidade é a histerectomia, quando o útero, as trompas e os ovários são retirados.
As mulheres que desejam engravidar tendo endometriose precisam ficar atentas aos riscos que a condição pode trazer.
Alguns estudos indicam que as taxas de aborto crescem em mulheres com endometriose. Como citamos anteriormente, o percentual chega a 35,8% de chances em mulheres com esse distúrbio.
A prematuridade é outro problema que pode surgir em mulheres que queiram engravidar tendo endometriose. A condição faz com que as mulheres tenham 1,5 mais vezes de darem à luz antes de completarem 37 semanas de gestação.
Por fim, a placenta prévia é outro desafio para as portadoras de endometriose, Isso acontece porque a placenta ajuda a fornecer nutrição e oxigênio para o bebê se desenvolver.
Neste caso, algumas mulheres podem ter a placenta fixada na parte inferior do útero, criando um risco maior de rompimento durante o parto. Ao se romper, pode haver uma hemorragia, colocando mãe e bebê em risco.
Embora seja um pouco arriscado engravidar tendo endometriose, a maioria das mulheres com a condição, conseguem levar a gestação sem maiores problemas.
No entanto, é imprescindível que a mulher faça um acompanhamento semestral com um ginecologista, mesmo que ainda não esteja se preparando para ter filhos. Afinal, o diagnóstico e o tratamento precoce podem fazer toda a diferença.