Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por uma série de transformações, muitas delas visíveis, outras nem tanto. Uma das mudanças que pode causar dúvidas e preocupações é o aparecimento de corrimento na gravidez.
É comum que, ao notar alterações na secreção íntima, a gestante questione se o que está sentindo é algo esperado ou se pode representar algum risco para ela ou para o bebê.
Neste artigo, explicaremos o que é considerado normal, quando é necessário buscar ajuda médica e como cuidar da saúde íntima durante esse período tão especial. Para saber mais, continue a leitura!
O corrimento na gravidez, em muitos casos, é uma consequência natural das alterações hormonais que ocorrem no corpo feminino. Ele pode começar ainda nas primeiras semanas de gestação e, em alguns casos, permanecer até o fim da gravidez.
Essa secreção geralmente é inodora, de coloração clara ou esbranquiçada e tem uma consistência semelhante à clara de ovo. É o que os especialistas chamam de leucorreia fisiológica, uma resposta do organismo ao aumento dos níveis de estrogênio e ao aumento do fluxo sanguíneo na região pélvica.
É importante diferenciar esse tipo de secreção do corrimento causado por infecções ou outros desequilíbrios. Durante a gravidez, o colo do útero fica mais sensível, e o canal vaginal passa por adaptações para proteger o bebê. Isso pode fazer com que a produção de muco aumente.
Ainda assim, é essencial que a gestante conheça bem seu corpo para perceber quando algo foge do padrão.
Na maioria dos casos, o corrimento na gravidez apresenta coloração clara ou levemente leitosa, não exala odor forte e não provoca desconfortos como coceira ou ardência. Quando se mantém com essas características, ele desempenha uma função importante: protege o trato genital contra infecções, contribuindo para manter a vagina limpa e livre de agentes nocivos.
Com o avançar da gestação, especialmente nos últimos meses, muitas mulheres percebem um aumento no volume da secreção. Apesar de causar estranhamento, esse aumento isolado não representa um sinal de alerta, desde que o corrimento mantenha os aspectos considerados normais.
Além disso, a consistência do corrimento pode variar ao longo da gravidez. Em alguns momentos, ele se torna mais fluido; em outros, mais espesso. No entanto, enquanto não houver presença de sangue, odor desagradável ou sintomas como dor, essas alterações costumam fazer parte das mudanças naturais do corpo. Mesmo assim, é fundamental comunicar qualquer mudança ao profissional de saúde que acompanha o pré-natal, garantindo segurança para a gestante e o bebê.
Embora muitos tipos de corrimento durante a gestação sejam considerados normais, é preciso atenção para sinais que indiquem algo fora do comum. Mudanças bruscas na cor, como secreções amareladas, esverdeadas, acinzentadas ou com presença de sangue, podem indicar infecções ou complicações.
O mesmo vale para corrimentos que tenham odor forte e desagradável, semelhante ao de peixe, ou que venham acompanhados de coceira intensa, ardência ao urinar ou dor na região pélvica.
Em alguns casos, o corrimento anormal pode estar relacionado a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ou desequilíbrios na flora vaginal.
Quando não tratadas, essas condições podem representar riscos tanto para a gestante quanto para o bebê, podendo causar desde parto prematuro até infecções neonatais. Por isso, ao notar qualquer alteração fora do habitual, a orientação é procurar assistência médica o quanto antes.
Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher fica mais sensível, o que pode aumentar a vulnerabilidade a infecções. Entre as mais comuns está a candidíase, causada por um fungo que já vive naturalmente no organismo, mas que se prolifera em situações de desequilíbrio. Ela costuma provocar corrimento esbranquiçado, espesso e grumoso, acompanhado de coceira e irritação local.
Outra condição frequente é a vaginose bacteriana, em que há um aumento de bactérias nocivas na flora vaginal. O corrimento, nesse caso, costuma ser acinzentado, com odor marcante. Já infecções como a tricomoníase, uma IST, podem causar corrimento amarelado ou esverdeado e também requerem atenção especial.
A detecção e o tratamento precoce dessas infecções são fundamentais para evitar complicações. Por isso, o acompanhamento médico regular e a realização de exames são etapas indispensáveis do pré-natal.
Ao perceber alterações no corrimento, a gestante deve relatar todos os sintomas ao obstetra. O diagnóstico geralmente é feito com base na análise clínica e em exames específicos, como o exame ginecológico e a coleta do conteúdo vaginal para análise laboratorial. Esses exames ajudam a identificar o agente causador da alteração e a definir o tratamento mais adequado.
Em alguns casos, pode ser necessário investigar outras possíveis causas, como alterações hormonais mais graves ou problemas no colo do útero. A avaliação médica é o melhor caminho para evitar suposições e garantir um tratamento seguro e eficaz.
Quando o corrimento anormal é identificado e diagnosticado, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. O corr, evitando riscos ao feto. Pomadas vaginais, comprimidos antifúngicos e antibióticos específicos são algumas das opções usadas com segurança durante esse período.
É importante que a gestante nunca se automedique ou use produtos caseiros sem orientação, mesmo que tenha usado em outras ocasiões. O que é seguro fora da gravidez pode ser prejudicial durante esse momento tão delicado. Por isso, o cuidado médico é essencial.
O corrimento na gravidez é, na maioria das vezes, uma manifestação natural do corpo se adaptando à nova fase. No entanto, estar atenta às características dessa secreção e reconhecer possíveis sinais de alerta é fundamental para garantir o bem-estar da gestante e do bebê.
O diálogo aberto com o profissional de saúde, a realização de exames e os cuidados com a saúde íntima fazem toda a diferença ao longo da gestação. Se algo parecer fora do comum, não hesite em buscar orientação, quando se trata de gravidez, toda dúvida merece ser ouvida com atenção.
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